2006/09/04

I could not have said it better

Em resposta ao artigo de René Cheng "Questioning the role of BIM in Archiectural Education",
Paul Seletsky escreve uma resposta intitulada "Questioning the role of BIM in Archiectural Education: A Counter-view point".

I could not have said it better.

De qualquer maneira, para isto não ser apenas um blog paste and post, cá vão os meus cinquenta cêntimos:

A posição de René Cheng resume-se básicamente à permissa (partilhada por muitos) que a adopção cega do BIM no processo de fabrico de projectos põe sériamente em causa a criatividade do design.

Paul Seletsky contra-argumenta que o BIM, como processo (e não ferramenta) não só garante essa liberdade criativa, mas aumenta-a, por permitir o recurso a processos de análise do design que melhor informarão as opções do projectista.

(Convém aqui ressalvar, entre parentesis, que argumentar sobre este assunto - ou sobre outro qualquer - recorrendo a exemlos anedóticos do potencial mau uso da ferramenta não acrescenta nada à discussão. Parto sempre do princípio que a ferramenta será bem utilizada).

Ambos reconhecem que o BIM tem um potencial enorme de mudar a profissão, logo, de mudar o método de ensino da arquitectura. A diferença está em que René vê nisso um grande perigo para os arquitectos enquanto Paul vê uma grande oportunidade.

Copos meio cheios e meio vazios.

Embora concordando, na generalidade, com Paul, gostaria de acrescentar o seguinte:
Pouco importa que se concorde ou discorde, se veja o BIM como oportunidade ou como o nemesis dos arquitectos.

O facto é que o BIM será, a breve prazo, uma realidade. E, nesse caso, ou bem que nos adaptamos ou então extinguímo-nos. Ponto final.

Quanto ao ensino, fará sentido, à beira de uma mudança radical - paradigm shift - no conceito de projecto de arquitectura, continuarmos a ensinar os alunos a projectar como se fazia há 200 anos?

Começo a perceber como se sentiram os modernistas, quando quiseram ir contra o sistema e os valores instituidos.

Não há pior cego do que aquele que não quer ver.

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